quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022

Como elaborar o PEI - Plano Educacional Individualizado?

    Início do ano letivo, momento de planejar as aula, de conhecer os alunos e claro, preparar o PEI para aqueles alunos que necessitam de um cuidado especial de nós professores. 

    Mas, o que é o PEI? É o Plano Educacional Individualizado, dedicado aos alunos que apresentam necessidades educacionais especiais. Ou seja, é um documento elaborado pelo professor a partir de uma avaliação deste público-alvo. Porém, para sua elaboração, os professores podem e devem contar com a participação dos profissionais externos que acompanham essa criança. 

    De acordo com Débora Pereira: "O PEI é considerado uma proposta de organização curricular que norteia a mediação pedagógica do professor, assim como desenvolve os potenciais ainda não consolidados do aluno. O registro ou mapeamento do que o sujeito já alcançou e o que ainda necessita alcançar é fundamental para que se possa pensar o que vai ser feito para que ele atinja os objetivos traçados."

    Cada aluno é único e aprende, portanto de uma maneira diferente, por isso o PEI é individual e deve ser planejado específico para a necessidade daquele aluno em questão. Além disso, o PEI deve ser flexível e revisado periodicamente para que o professor possa acompanhar o desenvolvimento do aluno, fazendo as alterações sempre que necessário. 

    Porém, como elaborar? 

   Primeiro, precisamos conhecer o aluno, traçar um perfil, identificar habilidades, competências e os conhecimentos existentes e os que precisam ser desenvolvidos. Como? Por meio de avaliações práticas e escritas. 

    Em seguida , deve-se estabelecer metas a longo, médio e curto prazo. É importante avaliar o que a criança deve aprender em cada espaço de tempo a partir do seu perfil e necessidades. 

    Depois disso, é preciso elaborar o cronograma, ou seja, definir como e quando essas metas serão executadas. Para então, definir como esse aluno será avaliado. Lembrando que a avaliação deve ser diária, não apenas pelo sistema de provas ou trabalhos. Deve-se levar em consideração a evolução diária desse aluno, assim como a participação nas atividades de aula. 

    Outro aspecto relevante que deve ser considerado durante a elaboração do PEI são os serviços especializados e complementares, ou seja, os profissionais que acompanham a criança fora da sala de aula, assim como também pode-se oferecer sugestões e ideias. Caso, se a criança não tenha um acompanhamento profissional fora da escola, é importante encaminhá-la ao profissional mais adequado a sua necessidade. 

    Vale ressaltar que sempre que for preciso pode haver modificações no programa e a escola precisa se estruturar a fim de obter todo o suporte para essas alterações. Além disso, é necessário adaptar materiais e os recursos pedagógicos de acordo com a necessidade de cada aluno a fim de realizar uma verdadeira inclusão. 

    Espero ter ajudado! Até a próxima!!!

Fabiana S. Simões
Psicopedagoga/
Neuropsicopedagoga/
Psicomotricista/
Especialista em Educação Inclusiva e Análise do Comportamento Aplicada - ABA
SBNPp10965


segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

Poda neural ou Apoptose

     A poda neural ou apoptose acontece várias vezes ao longo da vida, porém as mais intensas são na primeira infância e na adolescência. Elas são importantes para que o cérebro se organize e se especialize.

    Mas o que é essa poda neural? É um processo que ocorre dentro do cérebro que resulta na redução do número total de neurônios e sinapses (que são responsáveis pela transmissão das informações por todo o Sistema Nervoso Central e no nosso organismo para incorporar aprendizados). 

    Portanto, as conexões que não foram fortalecidas, ou seja, que não estão ou não forma muito utilizadas, serão eliminadas.

    Esse processo é importante para ampliar o repertório de interesses e aprendizados que serão, realmente, importantes para o desenvolvimento nas mais diversas áreas. 

    Por isso, a importância de reforçarmos o aprendizado: quanto mais experimentarmos determinado estímulo em frequência, intensidade, mais forte estas conexões também irão se tornando. 

    Logo, é imprescindível oferecermos experiências saudáveis para que formemos conexões saudáveis e fortalecidas. 

    Mas, por que ocorrem essas podas? Porque a criança  recebe muitos estímulos nessas fases e, conforme, elas crescem algumas dessas sinapses, naturalmente, passam a ser menos utilizada, então o cérebro identifica os neurônios mais usados e os classifica como essenciais para sua sobrevivência, descartando os outros. 

    Contudo, devido à dificuldade nos processos de aprendizagem da criança com TEA (Transtorno do Espectro Autismo), os efeitos dessa poda podem ser um pouco mais significativos no desenvolvimento e manutenção de habilidades, pois podem ocorrer perda de algumas habilidades já adquiridas, mas que foram pouco usadas no dia a dia da criança. 

    Todavia, apesar da morte dos neurônios ser irreversível, não é um quadro imutável. Pois, devida a neuroplasticidade (capacidade que o cérebro tem de se readaptar), é possível por meio de intervenções eficazes, desenvolver habilidades perdidas, assim como novas. Ou seja, por meio de treinamento, repetições e estimulações adequadas, é possível recuperar grande parte dessas habilidades. É nesse aspecto que a psicopedagogia/neuropsicopedagogia e a psicomotricidade são importantes para realizar essas estimulações adequadas e enriquecidas a fim de estimulara as habilidades essenciais para o pleno desenvolvimento dessa criança. 

    Outro aspecto relevante no desenvolvimento da adolescência é: as experiências que vivenciamos durante essa fase, assim como nossos hábitos e aprendizados moldam o adulto que seremos. Por isso, devemos sempre estimular e desenvolver experiências saudáveis ao longo do desenvolvimento da criança e adolescente.  

Fabiana S. Simões
Psicopedagoga/Neuropsicopedagoga/Psicomotricista/
Especialista em Educação Inclusiva e Análise do Comportamento Aplicada - ABA
SBNPp10965

quinta-feira, 4 de novembro de 2021

Atividade Quantas vezes...?

Hoje trago uma atividade simples que pode ser realizada em sala de aula, consultório de psicopedagogia e até mesmo pelos pais em casa. 

"Quantas vezes...?" , é uma atividade baseada em uma história em que uma determinada palavra é repetida algumas vezes e a criança precisa dizer ao final da mesma quantas vezes essa palavra foi falada. A história precisa ser lida ao aprendente e o mesmo não pode ter tido contato com o texto antes. 

E tem como objetivo desenvolver a atenção, foco, concentração, o controle inibitório (que é uma das funções executivas responsáveis pelo autocontrole), assim como estimular a memória operacional ou de trabalho (também uma das funções executivas que permite armazenar informações de curto prazo, conectar informações, fazer relações, reordenar itens, incluir alternativas, assim como está relacionada à criatividade para separar o todo e reorganizar em novas sequências. Essa habilidade é importante para a compreensão na leitura de um texto, de um filme, até numa conversa.) 

Abaixo, dois textos para a realização dessa atividade:

"Quantas vezes a palavra BRUXA aparece no texto?"

 

BRUXA MUITO TRAVESSA

Era uma vez uma bruxa muito travessa que se chamava Pesadelo. A bruxa tem uma cara grande e na ponta do nariz uma enorme verruga! A bruxa trabalha numa floresta encantada, rodeada de aranhas caranguejeiras com suas enormes teias negras.

Todo santo dia, a bruxa faz no seu imenso caldeirão um banquete delicioso, para suas amigas bruxas queridas. No cardápio, a bruxa Pesadelo, capricha nos quitutes. A bruxa prepara uma deliciosa sopa feita de batatas, baratas e cobras venenosas. A bruxa também prepara um brigadeiro de aranha dos deuses e uma gostosa bebida feita com o extrato dos pesadelos das crianças.

A bruxa Pesadelo usa extrato de pesadelo das crianças para preparar a bebida, para proteger as crianças de terem pesadelos. Então, toda a noite, a bruxa extrai o pesadelo que a criança teria e assim ela só tem lindos sonhos. O pesadelo fica com a bruxa. Entenderam o porquê do nome dela?!

A bruxa Pesadelo e suas amigas bruxas se reúnem na floresta para o banquete e depois de toda comemoração, a bruxa de barriga cheia, pega sua vassoura mágica e voa como louca varrida, feliz da vida por ter protegido as crianças dos pesadelos. Voa, voa, voa para seu castelo no alto de uma colina.

A bruxa Pesadelo é uma bruxa do bem que só quer o bem das crianças e a bruxa adora quando vê uma criança se fantasiando de bruxa para comemorar o Halloween. Você sabe o que é o Halloween? Bem, essa história, a bruxa Pesadelo contará uma outra hora. 

Fabiana Simões

2º exemplo:

"Quantas vezes aparece a palavra AMARELO?"

Era uma vez uma boneca de pano que tinha um vestido amarelo que ficava guardada num quarto amarelo. Ela gostava de passear no jardim amarelo.

Geralmente, sua dona, Mariana, vestia um vestido amarelo e a levava para brincar no jardim amarelo. Lá sentavam-se em um banco amarelo que ficava no meio do jardim amarelo. E dali elas olhavam para o sol amarelo. Depois de um tempo, a menina e sua boneca brincavam com o carro amarelo por horas.

Quando já estava quase escurecendo, a mãe de Mariana a chamava para comer um gostoso lanche, e elas corriam para dentro do prédio amarelo. Na mesa, a mãe dela sempre colocava o garfo amarelo, o prato amarelo e o copo amarelo, esta era a cor preferida tanto da menina quanto de sua boneca de pano amarelo. De lanche tinha sempre queijo amarelo, pão e suco de abacaxi que também é amarelo.

Após, o lanche, as duas corriam para tomar banho no banheiro amarelo. Mariana vestia seu pijama amarelo, deitava-se na cama de lençol amarelo e dormia com sua boneca de pano amarelo. E, assim era o dia de Mariana e sua boneca de pano amarelo.

Fabiana Simões


Além da tarefa de contar quantas vezes a palavra repetida aparece, ainda podemos realizar interpretação de texto, e pode-se pedir que o aprendente ou o aluno reescreva o texto evitando as repetições a fim de estabelecer uma melhor coesão e coerência. 

As possibilidades são infinitas, basta usar a criatividade e de forma lúdica estimular e desenvolver diversas habilidades cognitivas. 

quinta-feira, 28 de outubro de 2021

Atividade baseada em curta-metragem

    Essa atividade pode ser baseada em desenho, curta-metragem ou longa. E dependendo do que for escolhido, pode ser realizada com qualquer faixa etária: da criança ao idoso. O importante é escolher o programa e preparar diversas perguntinhas para serem feitas após o sujeito assisti-lo. 
 É um exercício que estimula diversas habilidades cognitivas, tais como: atenção, concentração, memória, controle inibitório (é a habilidade que nos permite controlar a impulsividade, pensamentos e memórias que nos tiram do foco, é o autocontrole), flexibilidade cognitiva (é a habilidade que permite mudar o foco atencional, adaptar-se a nova realidade, controlar a frustração, reorganizar os pensamentos e planejar novos caminhos mediante intercorrências), oralidade, linguagem, escrita, leitura, interpretação de texto, síntese, criatividade e imaginação. 
    Para esta atividade, eu escolhi o filme: Toy Story de Terror, disponível no Disney+, com duração de 21 minutos. 


    Logo, é possível realizar na sala de aula, em casa ou no consultório. 
    Segue a lista de perguntas que preparei para esta atividade:

1)   O que os bonecos estavam fazendo durante a viagem de carro?

2)   Em que parte do carro os bonecos estavam?

3)   Por que a Jesse tem medo de ficar fechada?

4)   Por que Boni e sua mãe tiveram que parar em um hotel de beira de estrada?

5)   Como era o nome do hotel?

6)   Qual era o número do quarto em que Boni e sua mãe ficaram no hotel?

7)   Os bonecos resolveram explorar o hotel. O que aconteceu?

8)   Qual foi o primeiro boneco a desaparecer?

9)   Por que os bonecos eram capturados?

10)  Quem roubava os bonecos?

11)   Quanto ofereceram pelo Woody, o boneco cowboy?

12)  O que a Jessie precisou fazer para salvar o Wood?

13)  O que a Jessie ficava repetindo para ela mesma enquanto ela estava dentro da caixa?

14)  Como os bonecos conseguiram escapar?

15)  O que aconteceu com o gerente no final do filme?

16)  Que mensagem podemos aprender com essa história?

17)  Que parte você mais gostou e por quê?

18)  Conte a história com suas palavras. 

19)  Mude o final da história:

            E se você tiver os bonecos, pode oferecer à criança para que ela os use para recontar a história, ou para dar novo final, ou até mesmo dar uma continuidade, enfim, são muitas possibilidades em uma única atividade. 

           Com os bonecos físicos, você também pode perguntar quais apareceram no filme e depois deixe que a criança brinque um pouco como reforçador pela atividade realizada. 

           


sábado, 15 de maio de 2021

Jogos na intervenção psicopedagógica

    Os jogos são excelentes ferramentas na intervenção psicopedagógica. O aprendente ao interagir com os jogos constrói sua aprendizagem, permitindo ao psicopedagogo estimular e desenvolver a parte cognitiva e psicomotora do seu aprendente e consequentemente a aquisição de novas habilidades e competências de uma forma lúdica e divertida.

    É importante que o atendimento psicopedagógico se diferencie da sala de aula, a fim de motivar o aprendente e dessa forma atingir o objetivo da intervenção que é melhorar o processo ensino aprendizagem, vencendo as barreiras que por ventura estejam atrapalhando nesse processo. 

    Durante o jogo é possível desenvolver habilidades que colaboram com a aprendizagem. Pois, um mesmo jogo é capaz de desenvolver diversas habilidades ao mesmo tempo. De acordo com Ide (2011),

o jogo não pode ser visto apenas como divertimento ou brincadeira para desgastar energia, pois ele favorece o desenvolvimento físico, cognitivo, afetivo, social e moral. Para Piaget, o jogo é a construção do conhecimento, principalmente nos períodos sensório-motor e pré-operatório. Agindo sobre os objetos, as crianças, desde pequenas, estruturam seu espaço e o seu tempo, desenvolvem a noção de causalidade, chegando à representação e, finalmente, à lógica (Ide, 2011, p. 106-107).  

    
    Mas, não é apenas as crianças que se beneficiam de jogos para a aquisição da aprendizagem, os jovens, adultos e idosos também porque são ótimos para estimular as funções executivas, assim como outras habilidades e competências. Basta escolher o jogo de acordo com a faixa etária e o objetivo que se quer atingir. 

    Todos os jogos desenvolvem o uso de regras (todo jogo tem regra e é importante segui-las), quando usado em grupo ou dupla estimula também a socialização, assim como o perder e ganhar, a autoestima, aguardar a vez e o respeito com o adversário, tópicos complicados para algumas crianças e até mesmo adultos.
 
    Por isso preparei uma relação de jogos e os benefícios que trazem nesse processo de estimulação cognitiva e psicomotora. 

Adequado para diversas faixas etárias:
  • Dominó:  É excelente para trabalhar o raciocínio lógico e aritmético, o parameamento de cores e números, a flexibilidade cognitiva, além de estimular a atenção, foco, concentração, planejamento e tomada de decisão. 
  • Quebra-cabeça: estimula a coordenação motora, percepção e orientação espacial e visual, memória, capacidade de resolução de problemas, persistência, atenção, concentração e foco. 
  • Detetive: embora seja um jogo diferente para cada faixa etária, tem os mesmos objetivos. Estimula a memória, o raciocínio lógico, flexibilidade cognitiva, a criação de estratégias para se chegar ao objetivo, a atenção, concentração e foco, desenvolve também o potencial de investigação e tomada de atitude do jogador. 
  • Jogo da velha e o XadrezEstimula o raciocínio, a lógica, estratégia, resolução de problemas, a memória, o planejamento, tomada de decisões, a prever o movimento do adversário, a formação de sequência, a flexibilidade cognitiva, atenção, concentração e foco, além de desenvolver a paciência.
  • Palavras cruzadas: Estimula a memória, a flexibilidade cognitiva, a criatividade, o raciocínio, a escrita, o vocabulário, a leitura, e alguns tabuleiros ainda trabalham operações matemáticas, pois cada espaço e letra corresponde a um valor. 
  • Stop: excelente para estimular a memória, a criatividade, a rapidez no raciocínio, a escrita, o vocabulário e a leitura, assim como a atenção e a concentração. 
  • Resta 1: é um jogo de raciocínio lógico, que auxilia no desenvolvimento da coordenação motora, lógica, raciocínio matemático, atenção e concentração, antecipação, planejamento, tomada de decisão e orientação espacial. 
  • Lego: desenvolve a criatividade, a imaginação, simbolização, percepção das cores, formas e tamanhos, categorização, além dos aspectos psicomotores como lateralidade, organização espacial, coordenação motora fina e oculomotora. 
  • Genius: estimula a memória, os reflexos, a agilidade no raciocínio, a concentração, atenção e foco, além de trabalhar as cores, o sequenciamento de cores e o tato.
  • Quem conta um conto: excelente para desenvolver a criatividade, a imaginação, a memória, a flexibilidade cognitiva, a atenção e concentração. E, é possível ir além, depois da brincadeira, pode-se pedir que os integrantes escrevam a história criada em conjunto, estimulando mais ainda a memória, assim como a escrita, a estrutura narrativa e a construção de parágrafos.
  • Trilha: estimula a estratégia, concentração, raciocínio lógico, atenção e observação.  
A partir de 8 anos:
  • Banco imobilíario: ótimo recurso para trabalhar educação financeira, operações matemáticas, foco, atenção, planejamento, flexibilidade cognitiva, tomada de decisão. Para crianças mais novas, tem o jogo: dia da mesada que tem os mesmos objetivos. 
A partir de 7 anos: 
  •  Jogo da Vida: também contribui para a educação financeira e a estimulação de funções executivas como: memória, flexibilidade cognitiva, tomada de decisões, planejamento por meio de situações cotidianas relacionadas à família, profissão e o uso adequado do dinheiro. Além de estimular a atenção, concentração e foco. 
  • Uno: desenvolve a percepção visual e auditiva, coordenação motora, atenção e concentração, memória, lógica, orientação espacial e temporal, identificação de cores, leitura, noção de números e quantidades, o reconhecimento de letras e números, o raciocínio lógico, noção de sequência, a flexibilidade cognitiva. 
  • Trunfo: desenvolve a percepção visual e auditiva, coordenação motora, atenção e concentração, memória, raciocínio lógico, leitura, noção de números e quantidades, o reconhecimento de letras e números, a noção de sequência e a flexibilidade cognitiva. 
    Existem ainda alguns jogos mais didáticos como o jogo da tabuada divertida: para trabalhar de forma lúdica a memorização da tabuada; O espião de palavras que trabalha ortografia, escrita, leitura, classificação morfológica das palavras, raciocínio, atenção e concentração; Com que letra? é um excelente jogo para trabalhar a ortografia de palavras com dígrafos, e com sons parecidos. 

    Com essa relação é possível perceber o amplo leque de possibilidades que os jogos trazem para auxiliar na aquisição e construção da aprendizagem, desvinculando da metodologia mais categórica que é praticada no ambiente escolar. O que promove no aprendente motivação, bem-estar, além de melhorar a autoestima. Por isso, a psicopedagogia costuma usar, também em suas intervenções, diferentes tipos de jogos como estratégias para atuar nas dificuldades de aprendizagem e assim promover uma aprendizagem efetiva.  

Referência:
IDE, S. O jogo e o fracasso escolar. In: KISHIMOTO, T. (Org.). Jogo, brinquedo, brincadeira e educação. São Paulo: Cortez, 2011.

segunda-feira, 1 de março de 2021

Metodologias ativas



De acordo com a teoria da Pirâmide da Aprendizagem de William Glasser é possível entender como o cérebro apreende as informações. Segundo ele, a porcentagem de assimilação da informação é maior quando há interação de algum modo com o conteúdo. Portanto, metodologias passivas como ler e escutar trazem menos resultado do que as metodologias ativas e interativas como debater e ensinar alguém. 

Existem vários modelos de metodologias ativas. Mas, todas permitem que o aluno seja ativo no processo ensino aprendizagem, ou seja, protagonista da sua própria aprendizagem. São exemplos desse tipo de método: A aprendizagem baseada em projetos, sala de aula invertida, trabalho em equipe, estudos de caso, exposições, mapas mentais, entre outros.

A aprendizagem baseada em projeto tem como o objetivo associar o aprender ao fazer. É baseado na construção do conhecimento de maneira coletiva a partir de questões levantadas pelo professor. É lançado um desafio, que é o próprio projeto, e como desdobramento desse processo, o conhecimento passa a ser construído de forma ativa, colaborativa e interdisciplinar. Tendo como premissa a entrega de um produto final, conjuntamente com a apresentação do projeto. O papel do professor neste caso é propor as perguntas iniciais, instigar a turma a buscar respostas, indicar caminhos a serem seguidos, mas nunca oferecer as respostas prontas. Porque o aluno é o protagonista da própria aprendizagem e parte fundamental da construção do conhecimento. Portanto, é capaz de desenvolver o senso de responsabilidade, o trabalho em equipe, a criatividade e a pesquisa. 

Já a Sala de aula invertida, é mais indicado para os alunos a partir do ensino médio, por serem mais independentes. A aula é invertida porque basicamente os papéis: aluno e professor se invertem. O professor solicita que os alunos pesquisem, estudem sobre um determinado assunto para apresentarem suas conclusões em sala para os demais da turma. Isso facilita e otimiza o tempo pois os alunos já apresentam algum conhecimento a respeito do assunto a ser tratado em aula, podendo partir para atividades mais práticas, dinamizando a aula. 

As atividades em equipe ou em dupla são muito usadas nas escolas, além de trazer o aluno para o centro do processo de aprendizagem, também estimula o desenvolvimento das habilidades socioemocionais, tais como: colaboração, empatia, escuta ativa, busca de soluções democráticas sobre o assunto em estudo, respeito às opiniões e ideias dos participantes do grupo. 

O estudo de caso é outra metodologia ativa excelente pois por meio de casos reais, o professor induz os alunos à reflexão e à busca de soluções e assim coloca em prática o conteúdo teórico apresentado anteriormente. Além de compreender como os conhecimentos adquiridos em sala de aula podem ser aplicados no "mundo real". 

As exposições também são bastante usadas em diversos anos escolares, e são excelentes metodologias capazes de compartilhar conhecimentos entre os alunos da própria turma, assim como com outras turmas e até com toda a comunidade escolar. Podem ser desenvolvidas de forma individual ou coletiva. Quando em grupo (coletiva) também estimulam as habilidades socioemocionais.  

E, por último, os mapas mentais podem ser estratégias dos professores para sintetizar o conteúdo exposto ou até mesmo para introduzir um novo assunto a fim de verificar o conhecimento prévio do aluno. Pois, todo conhecimento acontece a partir de um já existente. Esses mapas mentais podem ser feitos de forma individual ou coletiva. 



Porém, seja qual for a metodologia ativa em uso, seu objetivo será incentivar o aluno a aprender de maneira autônoma e participativa, ou seja, o estudante é responsável pela construção da sua aprendizagem. E além de desenvolver várias habilidades como autonomia, confiança, senso crítico, responsabilidade, colaboração, aptidões em resolver problemas, protagonismo e empatia; o aprendizado acontece de uma forma mais dinâmica e envolvente. 

Por isso, os professores devem sempre preparar aulas diversificadas e dinâmicas e assim aproveitar a capacidade mental dos alunos de uma forma mais eficaz, combinando metodologias ativas e passivas. 


Estilos de aprendizagem e sua importância

Que tipo de aluno você é? Cada um aprende um modo diferente, identificar e compreender seu estilo de aprendizagem pode ajudá-lo a potencializar suas práticas educativas e assim tornar o estudo mais eficiente. 

De acordo com a teoria Vark, o aluno está dividido em quatro categorias: 



👀 Visual: são bons com textos escritos,  imagens, gráficos, diagramas, vídeos e outros materiais de aprendizagem desse estilo. Também têm a tendência de representar o seu pensamento como uma maneira de relacionar as suas ideias como a dos outros. 

Dica de estudo: aulas online, vídeos, mapas mentais, figuras que representem o conteúdo (os famosos "flashcards"). Esses alunos se beneficiam de provas com interpretação de gráficos, mapas, artigos, algo que mostre o processo. 

👂 Auditivo: preferem ouvir a tomar nota. Aprendem escutando. 

Dica de estudo: podcast, vídeo aula, gravação das aulas. Esses alunos se beneficiam de provas orais ou respondendo questões de palestras por exemplo. 

📝 Leitura/ escrita: são os que aprendem melhor lendo ou escrevendo. Eles costumam anotar exatamente o que o professor diz e aprendem melhor com professores que incluem muita informação nas frases que pronunciam. Quando o conteúdo é apresentado por meio de pistas visuais, eles se beneficiam transcrevendo a informação em texto, especialmente em listas.

Dica de estudo: resumos, listas, manuais, livros, tomar nota  do que professor explica. 

👍🏻 Cinestésicos: são aqueles que necessitam de prática. Costumam fazer  anotações de acordo com seu raciocínio e não com que o professor diz em sala de aula.

Dica de estudo: exercícios de fixação, experiências, estudo em grupo. Esses alunos se beneficiam por aulas práticas e provas de múltipla escolha, complete e questões diretas. 


Entretanto, cada estudante pode combinar dois ou mais estilos mesmo que haja um predominante. O melhor é que sabendo as vantagens de cada um, o estudante pode, e deve explorar melhor cada uma delas. 

Mas, essas características são importantes também para os professores, pois devem atingir a todos os alunos e não apenas um ou outro. Então, devem planejar aulas diversificadas, assim como as avaliações também. A fim de contemplar os diferentes estilos de aprendizagem.




Como elaborar o PEI - Plano Educacional Individualizado?

    Início do ano letivo, momento de planejar as aula, de conhecer os alunos e claro, preparar o PEI para aqueles alunos que necessitam de u...