domingo, 22 de novembro de 2020

Resenha do filme: Um Amigo Inesperado (After Thomas)

    Esse filme é baseado em fatos reais, extremamente emocionante. Retrata o dia a dia de um casal e seu filho diagnosticado com autismo. 

    Kyle tem 6 anos, gosta de assistir ao desenho do Thomas, estuda numa escola especial na própria comunidade em que mora. Seus pais trabalham fora, sendo que sua mãe é enfermeira noturna então, a família conta com a ajuda dos pais, avós do menino, para cuidarem dele. 

    Ao longo do filme é possível perceber as características do transtorno do espectro autismo como: estereotipias, hiperfoco, dificuldade de socialização, compreensão e exposição das emoções e sentimentos, isolamento, entre outras. Além de evidenciar como isso afetava a vida do casal e o quão era cansativo para todos da família, cuidar de uma criança que necessitava de tanta atenção. 

    Os pais encontravam muita dificuldade em se relacionar com o filho até que o pai cogitou a ideia de enviá-lo a um internato criado por um médico especialista a fim de suprir as necessidades do filho, entretanto a mãe foi contra pois para ela isso o afastaria mais ainda do mundo real. Ela temia pelo futuro do filho, mas sabia que seu desejo era ficar sozinho em seu mundo autista.

    Já a avó tinha uma forma peculiar de se comunicar com o neto, ela usava o boneco Mickey para dizer o que o menino precisava fazer e assim, dentro das possibilidades, o menino a obedecia. 

    Depois de várias tentativas de entrar no mundo do filho e de se comunicar com ele,  os pais decidem comprar um cachorro filhote, o qual foi nomeado de Thomas por Kyle. Ou seja, ele transfere para o cachorro o vínculo positivo que tem pelo desenho animando. 

    E foi por meio do cão que seus pais conseguiram criar uma nova relação com o ele e aos poucos trazê-lo para o mundo exterior ao dele. 

    Com a convivência diária, Kyle começa a apresentar muitas mudanças em sua rotina tanto em casa quanto na escola, como: brincar, socializar, acariciar, desenhar, aprendeu a chamar os pais de pai e mãe, até desfraldou, e aprendeu o que era amar. Enfim, Todos os progressos foram conquistados devido ao contato com o cachorro. 

    Outro aspecto muito tocante neste filme é o carinho que a educadora tinha em se comunicar com Kyle e como ela vibrava com suas conquistas. Emocionou-me várias vezes, reforçando meu amor pela educação inclusiva.

    Portanto, esse longa metragem de uma maneira sensível e comovente nos deixa várias reflexões: como todos os envolvidos na criação da criança autista precisa ter paciência assim como conhecimento para lidar com as necessidades impostas por esse transtorno. Também nos leva a refletir sobre a direção em que o processo ensino-aprendizagem deve ocorrer, em especial com as crianças que têm um modo particular de ver o mundo e de vivê-lo, pois cada um tem uma forma própria de aprender e precisamos respeitar isso. E por fim, ensina-nos a importância de vibrarmos a cada novo aprendizado que crianças especiais conquistam. 

    Recomendo pais de autistas ou não, educadores, todos a assistirem esse filme e se emocionarem com essa verdadeira história. Podem deixar que não contei tudo.

    Aplaudo de pé essa família que mesmo diante de tantas dificuldades permitiu que o amor comandasse suas ações. 

    E para finalizar deixo uma belíssima frase dita pelo pai do menino durante o filme para que a internalizemos: "Não devemos rotular, cada criança é única".  

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