As funções executivas são fundamentais para que a pessoa seja capaz de gerenciar sua vida de forma autônoma, assim como construir reflexões próprias e intencionais para alcançar uma meta. Ou seja, são habilidades que precisam ser desenvolvidas pois controlam nosso pensamento, comportamento e emoção. Elas fazem parte das funções cognitivas. São elas: memória de trabalho ou operacional, flexibilidade cognitiva e controle inibitório.
Essas três funções executivas quando bem desenvolvidas
permitem que tenhamos habilidades em planejar, analisar, resolver problemas, raciocinar,
organizar o pensamento, ser criativo, rever novas estratégias por exemplo. Além
disso são relevantes para a aprendizagem da leitura e compreensão de textos.
A importância de treinar as funções executivas é evidente
também para treinar as funções cognitivas visto que esses conjuntos de
habilidades estão interligados.
A memória de trabalho é um tipo de memória de curto prazo
que cuida do armazenamento e da manipulação temporária da informação.
Importante para inferir e integrar as informações presentes em um texto que
está sendo lido com a memória de longo prazo, levando a criança a refletir e
compreender o que está lendo.
Já a flexibilidade cognitiva é a capacidade de mudar a
perspectiva do pensar, agir, analisando as informações por diferentes pontos de
vista. Essa habilidade é fundamental para resolver problemas, ser criativo e
ajustar as prioridades.
E o controle inibitório é a capacidade de controlar a atenção,
o comportamento, os pensamentos e as emoções em vez de agir por impulso. Portanto,
é importante para manter o foco e evitar distrações, inibindo fatores internos e/ou
externos que possam atrapalhar o desempenho da atividade.
Apesar das funções executivas serem importantes para toda
a vida elas se desenvolvem gradativamente: a partir da primeira infância até a
o início da fase adulta.
Por essa razão, é importante aplicar estímulos
qualitativos durante todo esse período, porém, respeitando as fases de
desenvolvimento infantil. Pois, na fase adulta o desenvolvimento dessas
habilidades fica mais estáveis e na terceira idade, elas já não se desenvolvem
mais, apenas podem ser aprimoradas graças à neuroplasticidade, por isso a
importância da estimulação cognitiva constante.
Quando as funções executivas são desenvolvidas, a criança
se apresenta: mais flexível, mais organizada, mais adaptada ao meio, mais
sociável, com baixa tolerância a frustrações, pois sabe que perdas irão
existir, assim como persistência para atingir seus objetivos, não ficarão desmotivadas
facilmente e conseguirão se organizar frente às dificuldades.
Portanto, o desenvolvimento dessas funções deve estar
incorporado ao planejamento do professor seja ele da educação infantil, do ensino
fundamental I ou II ou do ensino médio. Bem como também deve ser estimulado em
casa.
Existem várias formas de desenvolver as funções
executivas, tais como: quadro de rotina (permite que a criança saiba tudo que
está programado para aquele dia e ao final do dia é importante que se faça uma
avaliação para conferir se tudo foi feito como planejado, desta forma estaremos
trabalhando o planejar, executar e avaliar); mímica, dramatizações, brincadeira
da estátua, batata quente, dobradura, lego, lince, jogo da memória, criação de
listas, jogo da velha, vareta, jogos como: ludo, trilha, dama, resta 1, batalha
naval, senha, hora do rush, detetive, stop, quem conta um conto, cilada, uno e xadrez. Cada um dentro da faixa etária própria
da criança.
Entretanto, existem alguns transtornos que dificultam o
desenvolvimento dessas habilidades como TDAH (transtorno do déficit de atenção
com hiperatividade) e TEA (transtorno do espectro autismo). Mas, com as
estratégias certas, essas crianças também aprenderão.
E o psicopedagogo tem um papel importante no
desenvolvimento dessas funções quando por meio de sua investigação diagnóstica
detecta prejuízo em alguma dessas habilidades ou em todas o que afeta
diretamente a aprendizagem dele. A partir daí, cria-se estratégias de intervenção
individual para treiná-las, e assim promover o ensino aprendizagem.
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