segunda-feira, 23 de novembro de 2020

Funções executivas: importância, quando e como desenvolvê-las.

            As funções executivas são fundamentais para que a pessoa seja capaz de gerenciar sua vida de forma autônoma, assim como construir reflexões próprias e intencionais para alcançar uma meta. Ou seja, são habilidades que precisam ser desenvolvidas pois controlam nosso pensamento, comportamento e emoção. Elas fazem parte das funções cognitivas. São elas: memória de trabalho ou operacional, flexibilidade cognitiva e controle inibitório.

            Essas três funções executivas quando bem desenvolvidas permitem que tenhamos habilidades em planejar, analisar, resolver problemas, raciocinar, organizar o pensamento, ser criativo, rever novas estratégias por exemplo. Além disso são relevantes para a aprendizagem da leitura e compreensão de textos.

            A importância de treinar as funções executivas é evidente também para treinar as funções cognitivas visto que esses conjuntos de habilidades estão interligados.

            A memória de trabalho é um tipo de memória de curto prazo que cuida do armazenamento e da manipulação temporária da informação. Importante para inferir e integrar as informações presentes em um texto que está sendo lido com a memória de longo prazo, levando a criança a refletir e compreender o que está lendo.  

            Já a flexibilidade cognitiva é a capacidade de mudar a perspectiva do pensar, agir, analisando as informações por diferentes pontos de vista. Essa habilidade é fundamental para resolver problemas, ser criativo e ajustar as prioridades.

            E o controle inibitório é a capacidade de controlar a atenção, o comportamento, os pensamentos e as emoções em vez de agir por impulso. Portanto, é importante para manter o foco e evitar distrações, inibindo fatores internos e/ou externos que possam atrapalhar o desempenho da atividade.

            Apesar das funções executivas serem importantes para toda a vida elas se desenvolvem gradativamente: a partir da primeira infância até a o início da fase adulta.

            Por essa razão, é importante aplicar estímulos qualitativos durante todo esse período, porém, respeitando as fases de desenvolvimento infantil. Pois, na fase adulta o desenvolvimento dessas habilidades fica mais estáveis e na terceira idade, elas já não se desenvolvem mais, apenas podem ser aprimoradas graças à neuroplasticidade, por isso a importância da estimulação cognitiva constante.

            Quando as funções executivas são desenvolvidas, a criança se apresenta: mais flexível, mais organizada, mais adaptada ao meio, mais sociável, com baixa tolerância a frustrações, pois sabe que perdas irão existir, assim como persistência para atingir seus objetivos, não ficarão desmotivadas facilmente e conseguirão se organizar frente às dificuldades.

            Portanto, o desenvolvimento dessas funções deve estar incorporado ao planejamento do professor seja ele da educação infantil, do ensino fundamental I ou II ou do ensino médio. Bem como também deve ser estimulado em casa.

            Existem várias formas de desenvolver as funções executivas, tais como: quadro de rotina (permite que a criança saiba tudo que está programado para aquele dia e ao final do dia é importante que se faça uma avaliação para conferir se tudo foi feito como planejado, desta forma estaremos trabalhando o planejar, executar e avaliar); mímica, dramatizações, brincadeira da estátua, batata quente, dobradura, lego, lince, jogo da memória, criação de listas, jogo da velha, vareta, jogos como: ludo, trilha, dama, resta 1, batalha naval, senha, hora do rush, detetive, stop, quem conta um conto, cilada, uno  e xadrez. Cada um dentro da faixa etária própria da criança.

            Entretanto, existem alguns transtornos que dificultam o desenvolvimento dessas habilidades como TDAH (transtorno do déficit de atenção com hiperatividade) e TEA (transtorno do espectro autismo). Mas, com as estratégias certas, essas crianças também aprenderão.

            E o psicopedagogo tem um papel importante no desenvolvimento dessas funções quando por meio de sua investigação diagnóstica detecta prejuízo em alguma dessas habilidades ou em todas o que afeta diretamente a aprendizagem dele. A partir daí, cria-se estratégias de intervenção individual para treiná-las, e assim promover o ensino aprendizagem.

             

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