O filme “Como estrelas na Terra” retrata a história de um menino
de nove anos que sofre com dislexia, ele não é compreendido nem pelos pais nem
pelas professoras do antigo colégio e inicialmente por alguns professores do
internato, a nova escola. O mesmo já havia repetido o terceiro ano escolar e
corria o risco de repetir pela segunda vez. Até que Ishaan já em depressão conhece um novo professor de artes, Ram, da nova
escola que percebe que o garoto sofre de dislexia e decide ajudá-lo. Esse
transtorno de aprendizagem era conhecido pelo educador, que decide tirar o
garoto do abismo no qual se encontrava.
Esse longa-metragem usa de diferentes artimanhas
para envolver os espectadores e assim passar sua linda mensagem, como: os
atores ao longo do filme vão dando vida a seus personagens, passando para o nós
que estamos assistindo, suas angústias, frustrações, raiva, desconhecimento
etc. Enfim, são bastante convincentes em seus papéis de pais ou
professores.
A música também tem um importante papel na trama,
roubando a
atenção pois traduzem as cenas, os sentimentos, os desejos, o que é importante
no mundo e dessa forma nos ajuda a compreender a profundidade que o filme quer
nos levar.
Outro aspecto relevante neste filme, são as cenas, os ambientes
descritos, muitos são fantasiosos porque se referem à imaginação do menino
frente às atividades escolares. E dessa forma, permite-nos a experimentarmos o
quão difícil é para uma criança com esse transtorno realizar determinados
deveres.
A película tem todo o cuidado para ir aos poucos construindo a
problemática que envolve a trama para então apresentar o real motivo pelo qual
o menino tem dificuldade de desempenhar algumas tarefas escolares assim como de
vida diária. Descreve com detalhes as características que o disléxico apresenta
e aponta alternativas para contornar e finalmente ajudar uma criança com esse
transtorno a vencer suas dificuldades.
É um belíssimo filme que deve ser assistido tanto por pais quanto
educadores. Porque nos leva a perceber a angústia que essas crianças sentem,
bem como fazer com que saiamos do mundinho que somos colocados em que, como
também é apresentado no filme, uma boa escola precisa seguir três pilares:
ordem, disciplina e trabalho, mas sim saber que uma verdadeira escola deve ser
inclusiva e ter como pilar que aprender é um direito de todos, e por isso
devemos dar subsídios para todas as crianças atingirem esse
aprendizado.
Portanto, como educadora, que para tudo dá uma
nota, para esse longa-metragem, minha nota é dez. É um filme que superou
minhas as expectativas e que traz uma linda mensagem, começando pelo título que já nos leva a refletir sobre a
diversidade dentro de uma sala de aula, e que é preciso compreender que cada um
aprende de forma diferente, cada criança tem seus próprios talentos,
habilidades e sonhos, cada um tem seu ritmo de aprendizagem. E ao final deixa claro o verdadeiro papel do educador
na formação de um indivíduo.
Fabiana Sá Simões
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